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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Dossier SORBONNE N°7: Ex-Molière da mata atlântica


Este relaxamento com a língua francesa é algo adquirido recentemente, visto que nos idos de 2005 eu era um verdadeiro Molière das pirambeiras, até mesmo me aventurando e disposto a ensinar os primeiros fonemas e frases de sobrevivência em francês a alunos de uma escola gasparense de línguas. (É fato que a cara de pau de flautistas pode não ter limites!) Bom, ainda assim este relaxamento é algo curioso que está acontecendo há alguns meses e que coincide com um aumento visível na minha expressividade e entendimento musical, através do Choro. Essa língua sim, a música pura, o som sem o verbo, sobretudo na melodia, ali eu caí de cabeça e continuo mergulhando cada vez e com mais prazer! Parece que só isso me interessa! Parece que o francês não é importante para minha tese, mesmo sendo uma tese na Sorbonne, mas a música é 100%!
Durante a roda de Choro lá no Bar Château d’Eau, quando me dei conta, estava dando instruções em português para um flautista francês durante uma performance de um Pixinguinha... No momento pensei que meu cérebro estava atento à outra coisa, à música, e nem pensei que tinha que falar em francês para ser entendido. Também não vou negar que já tenho uma viagem de volta marcada e um plano a longo prazo em lugares onde o francês não conta muito. Acho que isto também deve fazer um efeito sobre meus desejos. E ainda tem o fato de estar mais seguro na comunicação das minhas ideias, em francês (e em português). Tout cela est quand même intéressant!


Leandro Gaertner
Paris, junho de 2010.
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Imagem: Colcheia Amarela - Helena Lobato (2001)

3 comentários:

Celine BG disse...

Todos estes textos relatam fielmente o que vives neste momento em Paris. Tens uma leitura muito objetiva do momento Sorbone. Para nós, que olhamos através do teu olhar, conseguimos entender, mesmo que vagamente, o que estas vivendo e usufruindo por estes lugares. Como estas imbuido do espírito da (re)-(cons)-instrução fica evidente nestes textos todo o processo acumulativo no campo das idéias como também da prática músical, que se mostra cada vez mais consciente.Mostras com isso, apesar de CAPES e outros orgãos do gênero, que o desenvolvimento passa por outros CAMINHOS, bem construidos, e que, não devemos nos conformar apenas com "picadas", muito ao gosto dos governos atuais.
Grande idéia de dividir no blog as tuas experiências conosco. Valeu demais.

Leandro Gaertner disse...

O problema é que as instituições vão se acostumando, acomodando e engessando nestas picadas, no caso das bolsas, realmente no controle de uma panelinha de alguns professores, de alguns convênios e de algumas pouquíssimas universidades brasileiras (e olha que vi barbaridades de bolsistas por aqui...garanto que o sistema está cego e burro) assim novos e criativos caminhos são mais difíceis... vão ter que passar pelo esforço independente, no meu caso vocês (família) e bons amigos como o Denis.

Celine BG disse...

Hip, hip, hurra para o Denis!!!!
O Denis é bom companheiro, o Denis é bom companheiro.....ninguém pode negar....I love Denis...
Nós já estamos na "tua", desde antes que nascestes...Tu és nossa continuação. O Denis conquistastes com tua amizade, competência e carisma. Por isso ponto pra ti e viva o Denis.
A construção da tua história passa necessariamente por caminhos outros que não os convencionais. Aí é que está a grande 'sacada', que é a valorização, o maior (des)empenho na formulação "DEL CAMINO" (não é qualquer caminho, é o TEU caminho).