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sábado, 11 de abril de 2009

Flauta - Um pequeno artigo jornalístico

Certa vez um jovem indiano me afirmou com todas as letras que a flauta é originária de seu país, a Índia. Algum tempo depois conheci uma chinesa que veio morar e estudar música no Brasil e, na nossa primeira conversa, ela também atribuiu ao seu país a invenção da flauta. Esta experiência nos leva a uma questão: afinal, o que é uma flauta? Se imaginarmos um tubo oco, perfurado com vários buracos ao longo de sua extensão e com um orifício na extremidade onde podemos soprar e produzir um som, estamos imaginando uma flauta. Esta é a descrição básica de muitos instrumentos musicais, que são encontrados em várias culturas do mundo e que acompanham o homem desde os primórdios da humanidade. Uma descrição tão pragmática quanto esta serve para entendermos que a flauta não possue um inventor específico, nem um país ou data específica de surgimento, é um instrumento musical da família dos sopros que pode ser encontrado nas mais variadas formas e vem se transformando há milhares de anos. Já foram encontradas flautas de osso feitas há cerca de 9 mil anos atrás!
O que se conhece hoje como flauta, mais especificamente na cultura ocidental européia, pode ser organizado em dois grupos: a flauta doce e a flauta transversal. A flauta doce ou flauta de bico é segurada verticalmente e soprada através de uma espécie de apito (bisel) encaixado na extremidade. É um instrumento que foi muito usado na música européia renascentista (por volta dos séculos XV-XVI) e barroca (séculos XVII-XVIII) e hoje surge principalmente na prática da música destes séculos e também como instrumento pedagógico na iniciação musical. Muitos cursos universitários adotaram a flauta doce como instrumento obrigatório na formação de professores de música, por causa do seu peso, que facilita o seu manuseio por crianças, e o baixo preço. Uma boa flauta doce feita de plástico pode ser encontrada por menos de R$ 25,00.
A flauta transversal é totalmente oca e segurada horizontalmente. O flautista produz o som soprando por um orifício feito no corpo do instrumento, próximo da extremidade, de um jeito parecido como quando sopramos pelo gargalo de uma garrafa. Como na flauta doce, uma melodia é feita pela ação dos dedos que tampam os pequenos orifícios no corpo do instrumento em dezenas de combinações e pela variação de velocidade do ar dentro do tubo. Até a primeira metade do século XIX a flauta transversal européia era feita de madeira, principalmente de ébano. Com o aumento gradativo do número de músicos na orquestra, a partir do Romantismo na música (por volta do século XIX), notou-se que a velha flauta de madeira não tinha volume suficiente para competir com a grande massa sonora. Para resolver isto, o construtor de instrumentos Theobald Boehm (1794-1881) desenvolveu uma flauta de metal (com uma liga de ferro, níquel e prata) e com chaves, ampliando assim a extensão do instrumento (quantidade de notas), a agilidade e o volume sonoro. A flauta transversal usada hoje em dia nas orquestras e bandas sinfônicas, em grupos de Choro e de Jazz segue ainda este modelo de Boehm, com algumas melhorias que foram feitas ao longo do século XX.

Para saber mais entre em contato com um professor de flauta, também na internet pesquisando na Wikipedia ou em livros.
Leandro Gaertner
Itapema, Fevereiro de 2008.

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