O tema "Iara", também conhecido como "Rasga coração" de Anacleto de Medeiros, gravado em 1907 pela Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.
Villa-Lobos traz este tema também em seus Choros n°10 de 1925
e o compositor Ronaldo Miranda traz o tema "Iara" em sua obra "Variações sérias sobre um tema de Anacleto de Medeiros" (1991)
Tadeu Coelho, flauta - José Medeiros, oboé - André Ehrlich,clarinete - Elione Medeiros,fagote - Stanislav Schultz, trompa - gravado no cine teatro Ouro Verde, durante o 28 Festival de Musica de Londrina, 19 de julho de 2008 - Quinteto de Sopros do 28 FML
(estreia 29 de maio de 1913 no Théâtre des Champs-Élysées emParis)
Obra reconstituída pelo Joffrey Ballet (1987)
Música: Igor Stravinsky
Coreografia: Vaslav Nijinsky
Cenário: Nicolai Roerich
Numa entrevista ao Daily Mail em 13 de fevereiro de 1913, Stravinsky disse: "É uma série de cerimônias da antiga Rússia".
Notas do programa da estreia, a 29 de Maio de 1913 :
"Primeiro quadro : A adoração da terra
Primavera. A terra está coberta de flores. A terra está coberta de erva. Uma grande alegria reina sobre a terra. Os homens entregam-se à dança e interrogam o porvir segundo os ritos. O mais velho de todos os sábios toma parte ele mesmo na glorificação da Primavera. Trazem-no para o unir à terra abundante e soberba. Todos pisam a terra com êxtase.
Segundo quadro : O sacrifício
Depois do dia, depois da meia-noite. Nas colinas estão as pedras consagradas. As adolescentes praticam os jogos míticos e buscam a grande via. Glorifica-se, aclama-se Aquela que foi designada para ser entregue aos deuses. Invocam-se os antepassados, testemunhas veneradas. E os sábios antepassados dos homens contemplam o sacrifício. É assim que se sacrifica a Iarilo,o magnífico,o flamejante[na mitologia eslava Iarilo é o deus da natureza]."
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Plano da obra (vídeo com a coreografia de Maurice Béjart para Le Ballet du
XXe Siècle ; Orq. Nacional da Bélgica sob a direcção de André Vandernoot)
Primeiro quadro : A adoração da terra
1. Introduction (Introdução)
2. Augures printaniers — Danses des adolescentes (Augúrios primaveris –
Danças dos adolescentes)
3. Jeu du rapt (Jogo do rapto)
4. Rondes printanières (Rondas primaveris)
5. Jeu des cités rivales (Jogo das cidades rivais)
6. Cortège du Sage (Cortejo do Sábio)
7. Danse de la terre (Dança da terra)
Segundo quadro : O sacrifício
1. Introduction (Introdução)
2. Cercles mystérieux des adolescentes (Círculos misteriosos dos adolescentes)
3. Glorification de l'Élue (Glorificação da Eleita)
4. Évocation des ancêtres (Evocação dos antepassados)
5. Action rituelle des ancêtres (Acção ritual dos antepassados)
6. Danse sacrale. L’Élue (Dança sacrificial. A Eleita)
"A sagração da primavera" com coreografia de Maurice Béjart (1970)
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Voici les notes de programme que les spectateurs avaient entre leurs mains lors de la première représentation, le 29 mai1913 :
« Premier tableau : L'Adoration de la terre
Printemps. La terre est couverte de fleurs. La terre est couverte d'herbe. Une grande joie règne sur la terre. Les hommes se livrent à la danse et interrogent l'avenir selon les rites. L'Aïeul de tous les sages prend part lui-même à la glorification du Printemps. On l'amène pour l'unir à la terre abondante et superbe. Chacun piétine la terre avec extase.
Deuxième tableau : Le Sacrifice
Après le jour, après minuit. Sur les collines sont les pierres consacrées. Les adolescentes mènent les jeux mythiques et cherchent la grande voie. On glorifie, on acclame Celle qui fut désignée pour être livrée aux Dieux. On appelle les Aïeux, témoins vénérés. Et les sages aïeux des hommes contemplent le sacrifice. C'est ainsi qu'on sacrifie à Iarilo, le magnifique, le flamboyant [dans la mythologie slave, Iarilo est le dieu de la nature]. »
Chacun des deux grands tableaux débute par une introduction et comprend un certain nombre de danses menant à la Danse de la terre ou à la Danse sacrale. Voici les titres donnés à chacune des danses du Sacre du printemps :
A Série "encontros poiéticos" é baseada nas aulas de história da música do Conservatório Musical Maestro Paulino Martins Alves (http://www.maestropaulino.com.br/), na cidade de Ponta Grossa, Paraná. Como quase sempre temos pouco tempo para a apreciação e curtição da obra completa durante nossos encontros semanais no conservatório, organizar sem pretensões alguns links a partir dos assuntos dialogados em sala pode vir a calhar...
Vaslav Nijinsky como Fauno em 1912 Capa do programa desenhada por Léon Bakst
~ A tarde de um fauno ~
Stéphane Mallarmé (1876)
Écloga
O fauno:
Estas ninfas, eu quero perpetuar.
Tão leve
O seu claro rubor que um volteio descreve
No ar dormente, denso de sono.
Amei um sonho?
À dúvida, montão de antiga noite; ponho
Fim, ao ver deste bosque a sutil ramaria
Provar-me que eu, na solidão, me oferecia
Em triunfo, ai de mim! a falta ideal de rosas.
Reflitamos...
serão mulheres fabulosas
Que à exaltação dos teus sentidos atribuis?
Fauno, a ilusão se escapa dos olhos azuis
E frios, como fonte em prantos, da mais casta:
Toda suspiros, a outra, achas que ela contrasta
Qual brisa matinal quente no teu tosão?
Mas não! no lasso espasmo e na sufocação
Do calor, que a manhã combate, não murmura
Água se não a verte a minha flauta pura
De acordes irrorando o bosque; e o único vento
Pronto a exalar pelos dois tubos seu alento
Antes que em chuva árida espalhe os sons em fuga
É, no horizonte que não frisa uma só ruga,
O visível, sereno sopro artificial
Da inspiração, que ao céu retorna.
Ó pantanal
Siciliano, cuja orla sossegada e vasta,
Rival dos sóis, a minha vaidade devasta,
Tácito, num florir de mil centelhas, CONTA:
"Que eu, um caniço aqui talhando, a flauta pronta,
Feita com arte, eis o ouro glauco dos relvedos
Distantes dedicando a fontes seus vinhedos,
Ondeia uma brancura animal em repouso:
Ao lento preludiar do caniço, o gracioso
Voo de cisnes, não! de náiades se assusta,
Foge ou mergulha..."
Tudo ferve na hora adusta
Sem que se possa ver onde se esconderá
Tanto himeneu, cobiça de quem busca o lá:
Então despertarei, nos primeiros fervores,
Hirto e só, sob uma onda antiga de esplendores,
Lírios! e a um deles igual, a mesma ingenuidade.
Não o doce nada que de seus lábios se evade,
O beijo suave que perfídias assegura,
Meu peito, antes intacto, atesta a mordedura
Misteriosa, devida a algum augusto dente;
Mas basta! arcano tal busca por confidente
O cálamo que sob o azul ressoa, quando
Da face para si a turbação desviando,
Sonha, num solo longo, ir assim distraindo
A beleza em redor, a ela e a nós confundindo
Num engano que o nosso canto dissimula;
E fazer, no tom em que o amor se modula
Desvanecer-se do habitual sonho, de lado
Ou de costas, ao meu olhar semicerrado,
Uma sonora, vã e monótona linha.
Busca, pois, instrumento das fugas, maligna
Siringe, reflorir nos lagos, me aguardando!
Fero do meu rumor, continuarei falando
Dessas deusas; e, por idólatras pinturas,
Às suas sombras hei de arrancar as cinturas:
Assim das uvas ao sorver a claridade,
Para a mágoa banir fingindo alacridade,
Rindo ergo ao céu estivo o meu cacho vazio:
Soprando as peles luminosas me inebrio,
Até o anoitecer olhando através delas.
Ninfas, ressoprarei outras LEMBRANÇAS belas:
"Meu olhar dardejava, entre os juncos, um bando
De colos imortais seu ardor mergulhando
N'água, com gritos de ira até o céu da floresta;
No banho imergem-se as cabeleiras em festa
Entre frêmitos e brilhos, Ó pedrarias!
Corro e duas surpreendo enlaça das (pungia-as
O lânguido sabor do mal de serem duas),
Sonolentas, os braços soltos... e assim nuas
Eu as rapto, sem as desenlaçar, e em meio
A um maciço, da fútil sombra odiado, cheio
De rosas cujo aroma o sol ardendo inala,
A nossa festa ao dia incendido se iguala. "
Adoro a cólera das virgens, ó delícia
Feroz do sacro fardo nu que com malícia
Foge ao meu lábio em fogo ao absorver-lhe, tal
Um relâmpago, o íntimo frêmito carnal:
Dos pés da desumana ao coração da tímida
Entregando de vez sua inocência, úmida
De lágrimas e de menos tristes vapores.
"Meu crime foi, feliz de vencer os temores
Fingidos, apartar o tufo desgrenhado
De beijos, que os deuses guardavam bem trançado:
Pois apenas fui ocultar um riso ardente
Entre as pregas sutis de uma delas (somente
Com um dedo a outro retendo, em seu candor de pluma,
Tingida do fervor que acende a irmã, nenhuma
Vergonha enrubescendo a ingênua, ao ver agrados)
De meus braços, por vagas mortes extenuados,
Aquela presa, eterna ingrata, se livrava,
Sem pena do soluço em que eu ébrio ofegava"
Tanto faz! que ao prazer outras me arrastem pelos
Chifres atados às pontas dos seus cabelos:
Sabes, minha paixão, que purpúrea e madura
Cada romã explode e de abelhas murmura;
E o nosso sangue, a quem o atrai, se dá sem pejo
E flui com todo o enxame eterno do desejo.
Na hora em que o bosque de ouro e de cinzas se esmalta
Na folhagem extinta uma festa se exalta:
Etna! é sobre o teu chão, visitado por Vênus
Pousando em tua lava os brancos pés ingênuos,
Quando ronca um som triste ou a chama se acalma.
Agarro a deusa!
Ah, certo é o castigo...
Oh, não! a alma
De palavras vacante e este corpo indolente
Sucumbem ao torpor do meio-dia ardente:
Quero agora dormir, a blasfêmia olvidar,
E na areia jazendo, abrir a boca ao ar,
Do astro do vinho haurindo os raios eficazes!
Ninfas, adeus; vou ver vossas sombras fugazes.
Frontispício do poema desenhado por Édouard Manet
l'Après-midi d'un faune de Lucien Lévy-Dhurmer, 1865-1953 (Collection M. de Grandseigne, Paris)
A tradução do poema foi retirada do seguinte site:
Prélude à l'Après-midi d'un Faune - Prelúdio à Tarde de um Fauno
(estreia da música em Paris dia 22 de dezembro de 1894 tocada pela Orchestre de la Société Nationale, regida pelo maestro e compositor Gustave Doret)
Música: Claude Debussy
« La musique de ce Prélude est une très libre illustration du beau poème de Mallarmé. Elle ne désire guère résumer ce poème, mais veut suggérer les différentes atmosphères, au milieu desquelles évoluent les désirs, et les rêves de l'Egipan, par cette brûlante après-midi. Fatigué de poursuivre nymphes craintives et naïades timides, il s'abandonne à un sommet voluptueux qu'anime le rêve d'un désir enfin réalisé : la possession complète de la nature entière. » (Claude Debussy)
"A música deste Prelúdio é uma ilustração muito livre do belo poema de Mallarmé. Ela não deseja resumir este poema, mas quer sugerir as diferentes atmosferas, entre as quais evoluem os desejos, e os sonhos de Egipan, por esta escaldante tarde. Cansado de perseguir ninfas medrosas e náiades tímidas, ele se abandona à máxima volúpia que anima o sonho de um desejo enfim realizado: a posse completa da natureza inteira."* (Claude Debussy)
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L'après-midi d'un faune - A tarde de um fauno
(estreia do balé dia 29 de maio de 1912 no Théâtre du Châtelet em Paris)
Música: Claude Debussy
Coreografia: Vaslav Nijinsky
Figurino e cenário: Léon Bakst
O Fauno dançado por Rudolph Nureyev (1980) ----------------------------------------
O Fauno interpretado pela Universidade de Maryland
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Partituras, gravações e mais palavras (em francês) sobre o Prelúdio à Tarde de um Fauno neste site: